“O objetivo é chegar lá e ser campeão.” A frase certeira e objetiva do atleta Yago Vasconcelos Dias, de 16 anos, é o que ele espera alcançar no Super Campeonato Brasileiro de Taekwondo, que ocorre no próximo dia 11. Praticante do taekwondo desde pequeno, ele e outros 49 atletas vão para a Bahia disputar um dos torneios mais importantes da modalidade. “É o que mais gosto, sinto adrenalina, vontade de lutar e ser campeão. Gosto de conviver com as pessoas, das competições e das aventuras de cada viagem. Eu já nasci no esporte, nunca vivi outra coisa”, narra o jovem atleta.
A viagem de Yago e dos outros participantes será possível pelo apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) por meio do Compete Brasília – programa promovido pela Secretaria de Esporte e Lazer (SEL). Esse e outros auxílios, como o Bolsa Atleta, têm beneficiado competidores em diversas modalidades no esporte do DF.
“Sabemos do poder transformador que os esportes têm em nossa sociedade, pois abrem portas e perspectivas para nossas crianças e jovens. Para nós, como poder público, ver nossos atletas do taekwondo indo disputar o Campeonato Brasileiro é motivo de orgulho e a certeza que estamos na direção certa”
Celina Leão, vice-governadora
“Durante as Olimpíadas e as Paralimpíadas de Paris, temos visto a importância de investir em nossos atletas para que eles possam se dedicar ao esporte e competir em condições de igualdade em disputas de alto rendimento. Sabemos do poder transformador que os esportes têm em nossa sociedade, pois abrem portas e perspectivas para nossas crianças e jovens. Para nós, como poder público, ver nossos atletas do taekwondo indo disputar o Campeonato Brasileiro é motivo de orgulho e a certeza que estamos na direção certa”, destacou a vice-governadora do DF, Celina Leão.
O secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira, acentua: “Sabemos que a jornada de um atleta é repleta de desafios, e é nossa missão trabalhar para garantir apoio consistente, que permita a cada um deles se concentrar em suas metas e superá-las. Investir no esporte é investir no futuro de Brasília, e nós acreditamos que, com o apoio contínuo do Compete Brasília, nossos atletas poderão não só atingir seus objetivos individuais, mas também elevar o nome de Brasília no cenário esportivo nacional e internacional”.
Programas de apoio
Com um investimento de R$ 26 milhões, o Compete Brasília visa incentivar a participação de atletas e paratletas em campeonatos diversos, oferecendo suporte para transporte aéreo e terrestre. Em 2024, o programa já destinou R$ 4 milhões para o setor, beneficiando aproximadamente 3 mil atletas. De acordo com o presidente da Federação Brasiliense de Taekwondo e Parataekwondo, Josafá Cândido, só na modalidade já foram mais de mil atletas beneficiados pelo programa.
“A gente vem fazendo um trabalho de inclusão nessa nova gestão. Há dois anos, a federação não cobra taxa de inscrição de nenhum atleta, trabalhando bastante em parceria com a Secretaria de Esporte. Vários eventos foram através do termo de fomento, e temos vários projetos sociais no DF com aulas gratuitas e outras com taxas simbólicas e academias particulares também. É muito importante, nós tivemos vários atletas com várias conquistas internacionais em campeonatos pan-americanos e mundiais. E sem esse apoio do governo, nada disso seria possível”, afirma Josafá.
Yago já disputou campeonatos na Europa, por meio do Compete Brasília, e também recebe o Bolsa Atleta. O pai do garoto, Leonardo Vasconcelos, 43, também é professor de taekwondo e observou desde cedo as habilidades que Yago tinha para o esporte, como a flexibilidade e a coordenação. Ele reforça a importância do programa do Governo do Distrito Federal (GDF) para manter os atletas no esporte.
“Ajuda a custear a alimentação, o material de esporte, remédios, suplementação e esses recursos para a gente se manter dentro da modalidade. Criar um atleta sem esse benefício é uma dificuldade bem maior, porque a gente acaba tendo que limitar muito os eventos de que nós vamos participar. E se a gente não vai em uma quantidade maior de competições, pode não conseguir acompanhar os atletas de ponta do país e lá de fora”, detalha.
Etapas de classificação
Foram quatro etapas do Campeonato Brasiliense para formar a seleção que vai representar o DF na competição que se aproxima. O mestre de taekwondo Inácio Evangelista treina o grupo Suricates, que levará nove atletas do Ginásio de Esporte do Cruzeiro para a competição. Segundo ele, o campeonato em Salvador é um dos maiores do ano, sendo também uma classificatória para o Grand Slam, um torneio que forma a Seleção Brasileira de Taekwondo.
“Na véspera do campeonato é mais intenso, porque eles precisam treinar e focar mais, estudar os adversários da categoria. Quem é do esporte sabe o diferencial que o Compete Brasília faz na vida dos atletas; muitos deles não participariam dos campeonatos sem esse suporte. Graças a ele a gente já viajou bastante; é fundamental no esporte de Brasília e não só no taekwondo. Às vezes, o atleta pode não trazer uma medalha, mas a bagagem que ele traz, com o conhecimento dessa viagem, faz toda a diferença”, observa Inácio.
A Associação dos Suricates já formou muitos atletas no Cruzeiro, contando com 78 faixas pretas. Há 22 anos dando aulas, o mestre Inácio conta que o esporte gera pessoas mais educadas e tranquilas: “Por meio dessa transformação que o esporte fez na minha vida, eu procuro fazer a transformação das outras pessoas. O esporte muda tudo, e, ao contrário do que algumas pessoas falam, a luta não te deixa agressivo. Ela tranquiliza, influencia na vida pessoal e profissional e torna a pessoa mais responsável com ela e com os próximos”.
Campeão Pan-americano
Uma das grandes promessas de ouro no próximo campeonato é o medalhista Gustavo Pereira Santana Teles, 14. No taekwondo desde os dois anos de idade, o jovem é vencedor do Campeonato Pan-Americano de Taekwondo que ocorreu no México este ano e tem uma rotina de treino que concilia com a escola, praticando esporte todos os dias. Além disso, ele também encaixa aulas de inglês para se virar melhor nos torneios internacionais.
“Eu gosto bastante dos campeonatos, é muito bom ser novo e já ter viajado para vários países. Foi graças ao GDF que, ano passado, eu consegui o bronze no Pan-Americano, e este ano eu fui de novo e consegui o ouro. Ser medalhista é uma sensação muito boa, simplesmente inexplicável. O esporte faz diferença no meu modo de viver”, ressalta.
Consciente de que é uma inspiração para os atletas mais novos na modalidade, Gustavo fala sobre a responsabilidade de sempre buscar fazer o que é certo dentro e fora do esporte, como aprendeu desde cedo no tatame. “Eu sei que estou sendo um espelho para a molecada, e é uma escada contínua, quem está em cima a gente vai copiando. E tem que ter responsabilidade porque, já que os menores estão me copiando, tenho que fazer tudo certinho para que eles não repliquem coisas erradas – seja no esporte, na escola ou na vida”.
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