
O Jornal da Record trouxe à tona novas denúncias envolvendo Ricardo Cappelli (PSB), presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pré-candidato ao governo do Distrito Federal em 2026. De acordo com a reportagem, baseada em informações divulgadas pelo Diário do Poder, o dirigente é acusado de utilizar servidores, equipamentos e recursos públicos da agência em ações voltadas à sua promoção pessoal nas redes sociais.
As suspeitas indicam a existência de um suposto “bunker político” montado dentro da ABDI, onde funcionários atuariam na produção e distribuição de conteúdos digitais favoráveis a Cappelli. O caso está sob apuração de diferentes órgãos de controle, incluindo o Senado Federal, a Advocacia-Geral da União (AGU), o Tribunal de Contas da União (TCU), o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) e o Ministério Público Federal (MPF).
Atividades coordenadas e metas diárias
Segundo a denúncia, o esquema funcionaria em uma sala localizada no Edifício Ariston, no Setor Comercial Sul de Brasília, sob coordenação do gerente de marketing da ABDI, Bruno Trezena.
Relatos de ex-integrantes e mensagens internas indicam que os participantes tinham metas diárias: responder dezenas de comentários e mensagens, além de realizar publicações e ligações via WhatsApp, sempre com foco em ampliar o alcance digital do presidente da agência.
Equipamentos como celulares e notebooks teriam sido comprados para simular interações reais nas redes sociais de Cappelli, com postagens e vídeos supostamente elaborados para fortalecer sua imagem pública.
Cobrança de explicações e apurações em curso
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou requerimento ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pasta comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), pedindo esclarecimentos sobre o uso de verbas de comunicação e os contratos firmados pela ABDI nos últimos dois anos.
O documento questiona ainda quais mecanismos internos existem para evitar desvios de finalidade eleitoral em órgãos federais. Paralelamente, a AGU e o TCU avaliam possíveis indícios de improbidade administrativa, enquanto o TRE-DF e o MPF apuram eventual propaganda antecipada, prática proibida pela Lei nº 9.504/1997, que regula o processo eleitoral.
Cenário político
Ricardo Cappelli assumiu a presidência da ABDI em julho de 2023. Desde então, tem ganhado destaque político e figura, segundo levantamento do Real Time Big Data de setembro, com 4,8% das intenções de voto para o governo do DF em 2026. A escalada de sua presença pública coincide com o aumento dos gastos da agência em comunicação institucional, fato que reforça as suspeitas sobre o uso indevido de recursos públicos em atividades de caráter político-eleitoral.
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https://jornalismodigitaldf.com.br/cappelli-e-acusado-de-usar-estrutura-da-abdi-em-pre-campanha-eleitoral-aponta-reportagem-do-jornal-da-record/?fsp_sid=229818

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