
Uma égua da raça puro sangue inglês (PSI), conhecida pela velocidade e resistência, morreu eletrocutada em um haras localizado no Setor Habitacional Taquari, no Lago Norte. O animal, que tinha sete anos, levou um choque elétrico e faleceu no local, em 5 de outubro. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso.
A égua, batizada de Amada Blade, estava hospedada no Haras MRZ desde 28 de março, a pedido do treinador. A tutora dela é uma mulher de 47 anos.
No boletim de ocorrência que o Metrópoles teve acesso, a dona de Amada Blade conta que, no dia da morte do animal, a filha dela chegou para treinar no haras, por volta das 8h30, e já encontrou a égua grudada às grades da baia. Ela afirmou à Polícia Civil que a garota poderia ter morrido caso tocasse no animal. Ainda de acordo com a ocorrência, o veterinário que cuidava dos animais não estava no local, e a grade da baia ainda estaria causando choque, mesmo que leve.
É uma prática comum dos haras deixar baias dos cavalos eletrocutadas, mas com voltagem leve, para evitar que os animais abram as casinhas e fujam ou sofram outros acidentes. No caso do Haras MRZ, porém, a tutora denuncia que havia fios soltos próximo ao animal, o que pode ter ocasionado um choque elétrico mais forte.
Histórico
Não é a primeira vez que o Haras MRZ é citado em casos de maus-tratos. Em março do ano passado, o Metrópoles mostrou o caso de Vegas, cavalo bicampeão brasileiro de hipismo, que acabou ficando esquelético após nove meses hospedado no local.
O cavalo definhou e teve anemia por conta de má alimentação. À época, a dona do Vegas, Carla Moisés, conseguiu indenização por danos morais e também o ressarcimento do período em que o equino ficou no estabelecimento.
Veja imagens do Vegas antes e depois de ser hospedado no MRZ:
Outro lado
Em nota, o Haras MRZ afirma que a Amada Blade sofreu um ataque cardíaco e aponta “ausência de lesões externas que seriam características de choque elétrico”. O comunicado cita também um histórico de estresse do animal e “sua dificuldade comportamental e hábitos – morder, dar coice e estancar”.
O estabelecimento aguarda, para esta segunda-feira (20/10), um laudo com resultado do exame necroscópico. “Entendemos que, até o resultado do laudo, tudo ainda é especulação”, pontua. O Haras MRZ alega ainda estar prestando assistência à família tutora da égua.
Quanto ao uso de cercas elétricas, a nota conta que o estímulo elétrico é “leve e apenas corretivo — somente um pulso”. “Reafirmamos a confiabilidade do uso da cerca elétrica, para a segurança dos animais e das pessoas que utilizam as instalações do Haras”.
A nota é assinada pelo proprietário, Mauro Roza, que ressalta o cunho familiar do estabelecimento. “A ideia do Haras nasceu de um amor que nutro pelos animais por toda minha vida. Nossos princípios maiores são o bem-estar animal, carinho e cuidado”, conta.
Em contato com a reportagem, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) informou que está apurando o caso. “Ainda não há informações sobre autuações administrativas lavradas”, pontuou, na última sexta-feira (17/10).
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